terça-feira, 18 de setembro de 2012

A FAMÍLIA E A INICIAÇÃO CRISTÃ

Dom José Antônio Peruzzo fez a segunda exposição tratando da Família e a Iniciação Cristã. 

Há diferenças nas famílias. Há filhos diferen-tes no mesmo ambiente familiar. O Documen-to de Aparecida no número 44 explicita que: “vivemos uma mudança de época cujo nível mais profundo é o cultural. Dissolve-se a con-cepção integral do ser humano, sua relação com o mundo e com Deus; «aqui está precisa-mente o grande erro das tendências dominan-tes do último século...
 que excluem Deus de seu horizonte, falsificam o conceito da realidade e só podem terminar em caminhos equi-vocados e com receitas destrutivas»...

Surge hoje, com grande força, uma sobrevalorização da subjetividade individual. Independentemen-te de sua forma, a liberdade e a dignidade da pessoa são reconhecidas. O individualismo enfraquece os vínculos comunitários e propõe uma radical transformação do tempo e do es-paço, dando papel primordial à imaginação. Os fenômenos sociais, econômicos e tecnológicos estão na base da profunda vivência do tempo, o qual se concebe fixado no próprio presente, trazendo concepções de inconsistência e instabilidade. Deixa-se de lado a preocupação pelo bem comum para dar lugar à realização imediata dos desejos dos indivíduos, à criação de novos e muitas vezes arbitrários direitos indi-viduais, aos problemas da sexualidade, da família, das enfermidades e da morte”.
Enquanto o número 20 das DGAE (2011-2015) esclarece que “mudanças de época são, de fato, tempos desnorteadores, pois afetam os critérios de compreensão, os valores mais pro-fundos a partir dos quais se afirmam identida-des e se estabelecem ações e relações...”.
Os textos bíblicos em Mt 16, 24ss: “ Emseguida, Jesus disse a seus discípulos: Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. 25Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, recobrá-la-á. 26Que servirá a um homem ganhar o mundo inteiro, se vem a prejudicar a sua vida? Ou que dará um homem em troca de sua vida?... 27Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai com seus anjos, e então recompensará a cada um segundo suas obras. 28Em verdade vos declaro: muitos destes que aqui estão não verão a morte, sem que tenham visto o Filho do Homem voltar na majestade de seu Reino.”. E continuando a reflexão por meio dos capítulo 18 e 19 também de Mateus: “1Neste momento os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe: Quem é o maior no Reino dos céus? 2Jesus chamou uma criancinha, colocou-a no meio deles e disse: 3Em verdade vos declaro: se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos céus. 4 Aquele que se fizer humilde como esta criança será maior no Reino dos céus. 5E o que recebe em meu nome a um menino como este, é a mim que recebe. 6Mas, se alguém fizer cair em pecado um destes pequenos que crêem em mim, melhor fora que lhe atassem ao pescoço a mó de um moinho e o lançassem no fundo do mar” (Mt 18, 1-6); “27Pedro então, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que deixamos tudo para te seguir. Que haverá então para nós? 28Respondeu Jesus: Em verdade vos declaro: no dia da renovação do mundo, quando o Filho do Homem estiver sentado no trono da glória, vós, que me haveis seguido, estareis sentados em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. 29E todo aquele que por minha causa deixar irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos, terras ou casa receberá o cêntuplo e possuirá a vida eterna. 30Muitos dos primeiros serão os últimos e muitos dos últimos serão os primeiros (Mt 19, 27-30).”

Destacou a diferença entre “evento” e “acontecimento”. O evento acontece e fica por isso mesmo, enquanto que o acontecimento muda a realidade.
É necessário fazer as coisas para aprender, não basta a teoria de como se faz. Por exemplo, para aprender a nadar, não basta dizer como fazer, é preciso entrar na água e executar tudo que for necessário e aos poucos, de fato se aprende a nadar. No começo é difícil, mas com o passar do tempo, tudo vai ficando mais fácil. Experimentar é, portanto, o grande critério.
A liturgia e a catequese são interpelados: “Sabemos que, em nossos dias, meios utilizados em outros tempos para o anúncio de Jesus Cristo já não possuem a mesma eficácia de antes. Olhemos, por exemplo, a família, chamada a ser a grande transmissora da fé e dos valores (DAp 432). Tamanhas têm sido as transformações que a instituição familiar já não possui o mesmo fôlego de outras épocas para cumprir esta missão indispensável. O mesmo ocorre com outras instituições impor-tantes. Esta situação exige uma radical transformação no modo de concretizar a ação evangelizadora. Em outras épocas, era possível pressupor que o primeiro contato com a pessoa e a mensagem de Jesus Cristo acontecia em sociedade, possibilitado pelos diversos meca-nismos culturais, fazendo com que a ação evangelizadora se preocupasse mais com a purificação e a retidão doutrinais, com a moral e com os sacramentos. A mudança de época exige que o anúncio de Jesus Cristo não seja mais pressuposto, porém explicitado continua-mente. O estado permanente de missão só é possível a partir de uma efetiva iniciação à vida cristã” (DGAE 39).
O que significa Iniciação Cristã? Os primeiros cristãos propunham o nome de Jesus Cristo e o que Ele significou para aqueles que o conheceram. Um exemplo bem prático: O pai que ensinou a paixão para torcer por determi-nado time de futebol. Foi o “jeito apaixonado” do pai por aquele time que convenceu o filho a também torcer pelo time do pai. Outro exemplo são as narrações de jogos de futebol pelas emissoras de rádio. Há uma “paixão”, uma maneira toda diferente de apresentar o que acontece no jogo. Percebe-se quando o falar reflete o fazer.
No evangelista Lucas há sempre a presença da alegria. É recomendável a Leitura orante da Palavra. Afeiçoar-se à Pessoa de Jesus na Bíblia (cf.: Leproso – se queres, podes purificar-me!). Coragem, meu filho, teus pecados te são perdoados.
É preciso ter entusiasmo narrando e não apenas contando. Contar = passado. Narrar = fazer com que os que ouvem participem de determinado evento.


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